
“…Eu seguirei guiando-as pouco a pouco, no passo do gado que me vai na frente e no passo das crianças…” Gn 33:14
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Queridos intercessores, graça e paz!
Louvo de coração ao meu Deus e Pai por mais esta oportunidade de compartilhar com vocês os desafios do campo missionário.
Graças a Deus estou bem, feliz por ter chegado o último mês mais
quente do ano na África, consegui perder “sem querer” um pouco mais de 4
quilos com o calor em menos de três meses e saber que a partir deste
mês o calor irá amenizar me alegra o coração.


Estou
no segundo estágio do meu treinamento, no primeiro eu me concentrei na
adaptação ao novo campo, conhecer a realidade da criança cega e no
aprendizado do Braille que para glória de Deus tenho conseguido aprender
bem, com exceção dos números… Nunca gostei de matemática, mas tenho me
esforçado assim mesmo. Agora estou visitando os vilarejos com um dos
monitores, eles são agentes de saúde que procuram no meio dos vilarejos
crianças deficientes, para de alguma maneira poder ajudá-los e
conscientizar a família no que diz respeito ao valor daquela criança;
como o lugar é muito escasso eles fazem o trajeto de moto e visitam por
dia de 4 a 7 crianças. Este é um trabalho duro o caminho é terrível, mas
não pior do que a realidade das crianças e do contexto em que elas
vivem, irmãos é chocante com elas são tratadas, o agente faz todo um
tratamento, disponibiliza todo o equipamento necessário para que a
criança tenha a possibilidade de ser normal, mas a família ignora e só
faz, por exemplo, os exercícios quando
o agente chega, elas não têm o menor interesse que a criança se
recupere; os exercícios não vão devolver toda a saúde da criança, mas
vai ajudá-la pelo menos a andar e sentar… É impressionante o
desinteresse e desvalorização da criança deficiente dentro da África.
Por outro lado estas visitas se tornam portas abertas para a
evangelização.

No centro estou com a equipe que recebe e trata a criança deficiente,
eles fazem todo o tipo de procedimento necessário da fisioterapia e
implantação de próteses, fabricam cadeira de rodas e outros
equipamentos. Estou na sala de
reeducação, é um tipo de sala de fisioterapia, creio que muitos sabem
que nunca quis entrar nesta área de saúde direta, mas Deus tem me dado
grandes oportunidades, então tenho ajudado na reeducação e em outras
áreas, o mais difícil é ter que fazer a criança sentir dor para o seu
bem… Eu sofro tanto quanto ela e confesso que tem sido um tratamento
para minha vida.
Meus amados, como eu disse no último email, tenho perguntado todos os
dias ao Pai sobre os próximos passos, sei que Ele quer que eu dê um
passo de cada vez, (como diz o texto acima, sem pressa e em passos que
sejam conduzidos por Ele) mas, Ele me trouxe para um mundo que não está
apenas imitado a “trabalhar com cegos dentro da África”, por isto mais
uma vez eu agradeço de coração por suas orações e vos encorajo a
continuar orando, ainda tenho dois meses neste lugar e muito que
aprender, ore para que o Senhor me conduza no caminho em que devo andar,
seguindo cada passo no seu determinado tempo, orem pelas crianças, por
toda equipe da SIM, e todos do Centro e escola Indicapés em Avant
(Centro Deficiente em avanço).
Também agradeço de coração pelo sustento financeiro, obrigada por sua
fidelidade, tenho visto o meu Deus suprir em Cristo Jesus através de
vossas vidas todas as minhas necessidades.
Um carinhoso e bem forte abraço e que possamos continuar juntos neste desafio… Até que Seu Reino Venha.
Jozineide Brito (Neidinha).
Burkina Faso 20 Maio 2011
“ Porque os meus caminhos são mais altos que os vossos caminhos diz
o Senhor…Is 55.9.”
Missionário Jaime A paz de nosso Eterno Salvador. Espero que o
senhor, sua família e a igreja estejam bem, fortalecidos e renovados na
força de nosso Salvador. Tenho enviado emails e acredito que Edrey tem
lhe deixado informado do que tem sido nossa experiência aqui; este
email no entanto é mais pessoal para lhe deixar informado de forma mais
especifica destes últimos três meses e os passos seguintes.


Os três primeiros meses têm passado rápido, só tenho mais seis
semanas neste vilarejo, tenho aprendido o Braille, entendido um pouco
como lidar com crianças 100% cegas e de baixa visão, eles tem me
ensinado muito. Eu estava com tudo pronto para ir para Costa do Marfim e
o Senhor não permitiu, também não permitiu que eu ficasse na capital de
Burkina trabalhando em um centro que trabalha só com cegos, mas me
trouxe para um lugar totalmente isolado a 500km da capital, um vilarejo
literalmente no meio do nada mas onde existe este centro para crianças
deficientes, aqui temos crianças e adolescentes com todo tipo de
deficiência, agora estou na área de fisioterapia e tenho me chocado,
pois as crianças deficientes não tem nenhum valor para a família e
quando eles vem trazê-los ou são achados e trazidos a situação já é no
extremo caótica,
crianças epiléticas que em crise se jogam no fogo de carvão ou de
lenha, outras paralíticas que nunca se sentaram em uma cadeira de roda e
vivem se rastejando pela terra dia e noite, surdo/mudo que não tem
noção de nada, muitas, muitas crianças IMC (enfermidade motora
cerebral), essas são a maioria das que chegam. Eles têm um posto médico
com maternidade, um centro de reabilitação para crianças e uma escola
com mais de 200 alunos, 90% com alguma deficiência que já tentaram
entrar em escolas seculares e não puderam.
As crianças cegas assim como meu estagio entre elas é como se fosse
apenas o pico de um profundo iceberg… é aí que preciso de suas orações
Miss. Jaime, tenho visto que este mundo é bem maior do que poderia
imaginar e preciso identificar a vontade de Deus para cada passo que
preciso dar.
Ao sair daqui no final de junho estarei indo para o Mali, país
vizinho, vou fazer um curso de seis semanas chamado Curso Timóteo, é
oferecido pela Jocum para quem trabalha com crianças dentro do contexto
africano, depois destas seis semanas no Mali estou orando para saber o
próximo passo, se já vou direto para o norte do Senegal ficar na
fronteira da Mauritânia e começar o ministério entre os deficientes, ou
se antes vou fazer mais alguma formação específica, tenho orado sobre
isto. O Senhor tem ampliado minha visão, tem me mostrado que o mundo dos
deficientes dentro da África não se limita apenas aos cegos e uma vez
que se trabalhe com eles, oferecer o Braille e um prato de comida não é
suficiente, pois nunca se sabe se o cego é também um IMC, ou tem alguma
outra seqüela ou a cegueira já é uma seqüela de uma outra doença; tenho
visto aqui que quando uma família é informado da existência de um lugar
onde se “acolhe” cegos, ela não querem saber se não tratamos outras
doenças elas trazem seus filhos e jogam em nossas mãos e podem passar
meses a fio sem procurar saber delas. Por isto preciso identificar a
vontade de Deus para cada passo, estou orando para ver se é a vontade de
Deus que eu faça alguma especialização na área, por favor, orem por
isto.

Obrigada
por continuar orando por minha família, no dia 19/05 o Senhor guardou
meu primo que estava com câncer, sabemos que ele está guardado com o Pai
mas a família sempre sentirá a dor da ausência. Orem também por uma
equipe, eu não poderei começar este novo trabalho sozinha, que o Senhor
levante mais obreiros para sua obra. Obrigada por orar pelos
intercessores e mantenedores, missões é um elo temos que estar juntos
cobertos pelo mesmo amor e objetivo. Muito obrigada Miss. Jaime que o
Pai da vida continue abençoando sua vida e ministérios, levando a bom
termos todas as obras de suas mãos. Um abraço carinhoso para toda a
família, No amor de nosso Salvador e até que todos O conheça.
Jozineide. Fonte:
www.igrejacasadabencaope.com.br